Tive o privilégio de mediar uma mesa na 4a Jornada de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, no dia 3 de dezembro de 2020. Uma alegria e uma honra conversar com experiências de unidades e de educadoras tão potentes e inspiradoras!
O peregrino não é um viajante comum, tampouco é mero explorador de novos territórios e paisagens. O peregrino vive uma jornada. Caminha em busca do sagrado e enquanto caminha faz uma viagem interior, vive a autorreflexão (metacognição? Sempre acho que é um pouco mais que metacognição porque o peregrino incorpora intuição e mistério em sua caminhada). O peregrino não é um despreparado. Ele planeja a sua jornada, traz consigo coisas na bagagem, mas vive a abertura para o encontro, carrega o essencial, para poder incorporar as experiências do caminho. O peregrino é aquele que vai, mas é aquele que volta para narrar o seu percurso – dá o seu testemunho. Nem o peregrino, nem a gente que escuta ou lê sobre sua peregrinação consegue viver novamente a sua jornada. A experiência é irrepetível e só ele sentiu as alegrias e os padecimentos desta peregrinação. Mas, quando o peregrino narra sua jornada, nós podemos sentir um pouco dela. Nós podemos nos inspirar e pensar no “sagrado” de nossa jornada. A narrativa do peregrino nos convida a caminhar, a continuar caminhando...
Por isso, para falar da boniteza dos relatos da segunda Jornada pedagógica de Educação Infantil 2020, promovida pela Secretraria Municipal de Educação da PMSP, eu escolhi a metáfora do peregrino e a belíssima obra de Umberto Verdirosi.
As professoras são peregrinas porque nas suas jornadas, fizeram encontro com o “sagrado” da sua profissão, do seu ofício. Fizeram encontro com os princípios norteadores da Pedagogia da Infância, falaram de infâncias no plural, defenderam processo formativo comprometido com a ética, com a estética, com a técnica e com a dimensão política do ensinar e do aprender.
Foi lindo demais! E agradeço à Secretaria Municipal de Educação, na pessoa do Diretor da Divisão de Educação Infantil, Prof. Cristiano Alcântara pelo convite para mediar esta mesa.
Agradecer por fazer parte de uma rede tão linda e complexa.
Agradecer a todas(os) educadoras(es) da Rede Municipal que não relataram ontem sua jornada, mas que num ano tão difícil como este, enfrentaram os desafios da educação remota e não mediram esforços para viver a sua jornada junto às(aos) estudantes, às crianças e aos bebês. Todas(os) peregrinas(os) de sua própria experiência.
AGRADECER ESPECIALMENTE ÀS PROFESSORAS E ÀS UNIDADES EDUCACIONAIS QUE NOS BRINDARAM COM SEUS RELATOS:
Profa. Maria Fernanda Prota (Sim, Maria Fernanda, porque eu a chamei de Débora durante a minha mediação e peço imensas desculpas por isso), Coordenadora Pedagógica da EMEI Aluísio Azevedo que junto com a Profa. Viviane Vilches Villas Boas nos presentearam com relato da sua jornada de transformação dos espaços da EMEI e falaram sobre a importância das visitas pedagógicas em sua peregrinação;
Profa. Carla Cristina Lira Ferreira e Profa. Tainã Brasil Pantarotto Pelat - CEI Ver. Rubens Granja - que falaram de seus projetos de amplificar a voz e a vez das crianças, de como ocupam as ruas com os bebês, de como vivem de forma poética e profunda seus processos formativos.
Profa. Érica Fernandez Crespo Rodrigues – CEI Jardim Vila Carrão – que narrou sobre seu trabalho de transformação do Semanário em Diário de Bordo. Érica traz a importância de registrar a “peregrinação”.
Como diz Saramago “Se podes ver, repara.”
Ou acesse: https://www.youtube.com/watch?v=HIyAcL7K-bc&feature=youtu.be
Comments